segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O FLAMENGO PIOROU - Daniel Gil

Flamengo e Santos, neste domingo, fizeram um jogo de muita desordem tática de ambas as equipes, a despeito da vontade individual de todos aqueles que estavam ali jogando. O empate (2X2) foi um resultado adequado.

O Flamengo, em fase obscura, piorou. Vou tentar discorrer sobre o assunto e, para tanto, preciso voltar um pouco no tempo.

Quando Joel Santana assumiu o time em meados do ano passado, resultando naquela arrancada improvável no Brasileirão de 2007, começou por treinar um consistente sistema defensivo, como bem sabemos que é o seu estilo. Joel aplicou sua inseparável teoria, ao mesmo tempo banal e de uma certa razão: o jogador brasileiro conheceria, por natureza, o jogo de frente, uma habilidade ofensiva quase tão exclusiva quanto as jabuticabas - o que levaria à dedução de que o trabalho tático prioritário é o de marcação e defesa. Parreira e Felipão já ganharam Copas do Mundo pensando assim.

A chegada de Fábio Luciano ajudou a arrematar o êxito prático de tal raciocínio.

Logo depois que Caio Júnior assumiu o posto, o Flamengo decolou. Aquela defesa consistente foi enriquecida por uma postura ousada do novo técnico, que foi gradualmente aperfeiçoando os padrões de ataque. A contribuição de Marcinho, então, era fundamental. Em paradoxo, o jogador trazia uma desconfiança inexplicável de muitos torcedores, mesmo fazendo gols e provocando uma eletricidade sem igual nos outros companheiros de chegada. Muitos jogadores, nesse levante, alcançaram quase o topo daquilo que poderiam render em campo.

A perda de Marcinho, Souza e Renato Augusto, negociados, assim como as duas contusões seguidas de Kléberson foram um golpe digno de "Knock Out" nessa evolução.

Não bastasse o que isso resultou, considerando a perda de pontos preciosos durante a tentativa (ainda frustrada) de reorganizar o setor de frente, vimos no jogo deste domingo uma prova cabal de que Caio Júnior já não conta mesmo com aquela solidez defensiva herdada dos tempos de Joel.

Pois bem, comecemos do zero. O jovem técnico agora tem a responsabilidade de mostrar ao que veio. Há de montar um time novo, que pouco tem a ver com "aquele outro". Mas, pra isso, deve pensar num novo modelo tático, com características autênticas; saber o que se quer e quem vai fazer o quê. Ao contrário, este Flamengo e Santos foi o show de horrores do experimentalismo tático infundado. De ambos os lados, para a sorte do Rubro-negro.

O Flamengo piorou. Agora já está inseguro na defesa. O consolo vem daquela frase popular: do chão não passa.

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